Em 2010, uma ampla discussão sobre a necessidade da substituição do Tensor da Correia Dentada quando a correia atinge seu ponto de troca preventiva recomendado, envolveu a imprensa especializada, blogs, mecânicos e entidades atuantes no setor.
Em resumo, reconhecidos jornalistas criticaram a orientação dos mecânicos em sempre substituir os rolamentos tensores juntamente com a correia dentada. Já os mecânicos, justificam a necessidade de substituição baseados na norma NBR 15.759 da ABNT, editada em 2010, que “especifica os requisitos e a sistemática para os procedimentos de inspeção e substituição de correias de sincronismo, correias de acessórios, agregados e periféricos em motores de combustão interna ciclos Otto e Diesel de veículos em uso.”
Entretanto, existem outros fatores, que justificariam a substituição dos tensionadores, não só da correia dentada, mas das correias auxiliares também:
- a durabilidade das correias tem aumentado nos últimos anos, devido a melhoria dos materiais utilizados e, um eventual defeito nestes rolamentos, pode causar danos tão (ou mais) sérios quanto o rompimento da própria correia.
- Os mecânicos aplicadores não podem (e não devem) submeterem-se a si próprios e os seus clientes ao risco deste dano por conta do preço de um rolamento, que varia, geralmente, proporcionalmente ao valor do veículo.
- O processo de garantia de autopeças é altamente ineficiente, uma vez que pode envolver até 5 elos da cadeia comercial (consumidor, mecânico, loja de autopeças, distribuidor e fabricante) e não há tempo hábil para que a logística reversa seja cumprida em um período aceitável pela cultura atual do consumidor.
O importante tema sobre garantia de autopeças foi amplamente discutido no Seminário da Reposição Automotiva, em 2010, do qual participamos, onde estudos mostraram que os critérios do consumidor na escolha da oficina está principalmente no preço baixo e no fato de não ter que esperar, quando a qualidade no serviço deveria ser, disparado, o principal.
Culturalmente, os proprietários de carros no Brasil (em sua maioria) não se preocupam como deveriam com a manutenção do seu veículo, ou ainda, não escolhem um carro de acordo com sua capacidade de mantê-lo tranferindo a responsabilidade do baixo custo de manutenção para o mecânico que é o elo de ligação do consumidor com toda a cadeia produtiva e comercial de reposição.
Por outro lado, as melhores oficinas tem uma boa relação com seus fornecedores e, em caso de defeito de algum produto, o mecânico consegue a troca rapidamente. Porém, a aparente “garantia” é, na verdade, uma cortesia do fornecedor, pois somente o fabricante é quem fará, ou não, a troca do componente após a avaliação técnica da peça. Assim, o processo de logística da reposição em garantia por defeito é maquiado e não funciona como deveria pois, culturalmente, o consumidor não está disposto a aguardar os 30 dias de prazo para substituição, determinado pelo CDC, com seu carro parado na oficina.
Percebo que, considerando estes pontos principais, a edição da norma da ABNT, não resolve o problema principal, mas sim, tenta evitar danos causados pela cultura do consumidor em gastar o mínimo possível na manutenção do carro e, de certa forma, acaba protegendo o próprio consumidor dele mesmo.
Felizmente, um aumento na demanda de rolamentos e tensionadores juntos pode ser percebida na cadeia comercial, visto que muitos fabricantes já fornecem “Kits” contendo Correia Dentada e Rolamento Esticador para diversos modelos.
CONCLUSÃO
Minha recomendação é que o proprietário do carro EXIJA a troca dos tensionadores do seu mecânico, independente da existência da norma da ABNT que, agora, recomenda oficialmente este procedimento. Assim, você ficará tranquilo(a) até a próxima troca da correia dentada, minimizando risco de quebra do motor por conta de uma aparente “economia” na manutenção do seu carro.
Outro ponto importante é o corte no custo de uma futura mão de obra para trocar o apenas tensor, pois é praticamente certo que o rolamento tensor deixará de funcionar corretamente até a proxima troca de correia dentada, fazendo com que o proprietário tenha que antecipar esta troca, causando uma despesa que poderia ter sido evitada.
Troque tudo sempre que possivel. Eu deixei pra trocar o tensor na outra troca da correia dentada. Resultado: o rolamento rebentou, o que levou a correia rebentar e entortar 6 das 8 valvulas de meu AP 2.0. Gasto de R$782,00.
TROQUEM E DEIXEM DE SER MÃO DE VACA!!!
prevenir é ainda o melhor remédio pois só o fato de o motor ficar sem funcionar ja da´um certo desconforto e fazendo esses pequenos ajustes melhoramos nosso carro e facilitamos nossas vidas . parabens pea materia fiquei agradecido pela explicação clara e honesta abraços
No passado, mesmo na garantia de concessionária, tive uma correia dentada de um Fiat Elba, álcool e por conta empenou as válvulas, após troca com menos de 1500 km de 1500 km de uso. Culpou-se o álcool por ser responsável pela adaptação motora e não por um novo redimensionamento correto da relação curso da válvula e volume da câmara de combustão.
Depois soube de mais dois casos de amigos que possuíram carros populares, a gasolina, e que bateram válvulas por conta de “quebra”de correias dentadas.
Por que não se projetar o uso de correias duplas com sensores indicadores no painel para evitar-se este “problemão”. Não vale dizer que a troca correta seria evitaria o problema. A maioria dos carros, no passado, recomendavam trocar a correia com até 50.000 km; meu irmão tinha um carro coreano ou japonês que especificava 110.000 km; e qual a marca correta ? A própia fabrica usava as mais tradicionais do mercado.
Tive um Fiesta 1.o e a corrente era metálica, Ótimo em termos de segurança; e não fazia barulhos como é falado nas comparações entre as correias. Por que motivo a Ford a retirou dos seus veículos ? Maior custo ?