Trocar de carro para quitar as dívidas

Que tal entrar o ano de carro novo na garagem? Para muitos consumidores, essa tem sido a maneira mais fácil de sair do vermelho. Ao contrário do que possa parecer, trocar seu carro usado por outro pode ser uma alternativa para renegociar dívidas antigas que tenham taxas de juros mais elevadas. Em vários casos, além do carro zero quilômetro, o cliente ainda sai com um bom dinheiro no bolso. Entretanto, ele não pode deixar de considerar outras despesas importantes, não incluídas nas prestações, como seguro de carro, emplacamento, Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), tapetes, protetor de cárter, borrachão, entre outros.

Por outro lado, a economia estável, as facilidades de crédito e o alongamento de prazos – hoje é possível comprar um veículo em até 84 meses – aqueceram as vendas e as montadoras devem fechar o ano com mais de três milhões de unidades vendidas.

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– A demanda é tão grande que falta carro novo nas concessionárias, as montadoras não dão conta dos pedidos. Para se comprar um caminhão é preciso esperar dois meses na fila. E também não temos carros de passeio para pronta-entrega, como Uno Mille e Palio Fire Celebration – disse Cezar Machado, gerente de Vendas da Concessionária Roma.

Machado acredita que o momento do país beneficiou bastante a compra do carro novo, financiado sem entrada e em prazos alongados.

Sem dar nada de entrada – São mais pessoas empregadas e que precisam do carro para trabalhar.

Além disso, usam a concessionária quase como um banco, quando trocam dívidas mais caras pelo financiamento de veículos novos, que têm taxas mais atrativas. É praticamente um empréstimo – analisou o gerente.

Machado refere-se ao fato de os consumidores chegarem às concessionárias com um veículo para avaliação. Na troca pelo novo, não entregam o antigo, pegam o montante avaliado e financiam o novo sem qualquer entrada.

A modalidade, conhecida como substituição de garantia, tem sido bastante usada atualmente, tendo em vista a possibilidade de trocar dívidas do cheque especial ou cartão de crédito, cujas taxas, em média, estão entre 8% e 12% respectivamente. Nos financiamentos de veículos, as taxas, que já sofreram reajuste para janeiro, variam de 0,99% a 2,01%.

Na concessionária Roma, por exemplo, a compra sem entrada do popular Uno Mille, de R$ 22 mil, totalmente básico e sem nenhum opcional, pode ser parcelada em 60 vezes, com prestação de R$ 570 mensais, na modalidade leasing. Novamente, vale lembrar que este valor não contempla seguro, IPVA, opcionais. Segundo Machado, é preciso negociar na hora da compra, e sempre tem jogo, garante.

Considerar os opcionais – Além dos juros, o cliente também precisa conhecer as diferenças básicas entre um contrato de leasing e um Crédito Direto ao Consumidor (CDC). O primeiro é como um aluguel, o cliente não é dono do veículo, que permanece arrendado ao banco até o término do contrato. Já o CDC permite a quitação do bem antes de acabar o contrato.

– Nos dias de hoje, a maioria dos contratos é de leasing, porque as prestações são mais baixas e as tarifas bancárias embutidas também – lembrou Sérgio Lins, da concessionária da GM Dirija.

Um Corsa Classic 1.0, com ar e direção, sai por R$ 29 mil à vista. Parcelado no leasing, em 60 vezes e sem entrada, o cliente paga R$ 668 mensais. Nas mesmas condições, porém no CDC, este mesmo carro sai a R$ 716 mensais.

No entanto, ao considerar itens opcionais como borrachão, insufilm, vidros e travas elétricas, alarme, a despesa sobe para R$ 1.600, valor que pode ser diluído na prestação ou não.

Para Marcos Moreira, que trabalha com venda de alimentos, a compra do carro novo para mulher veio em boa hora. Ele não deu entrada, mas negociou o carro antigo e guardou o dinheiro.

– Preferi o contrato de CDC, em 72 meses, porque me possibilita quitar o veículo antes do prazo. Quanto ao seguro, não quis embutir na prestação, preferi negociar à parte – avaliou.

Para Sônia Marques, gerente Comercial de Vendas da Honda Kioto, as classes mais altas sempre dão um veículo de entrada, diferentemente do que acontece nas concessionárias que trabalham com carros populares.

Um Honda Fit LX mecânico, completo, que custa R$ 47,5 mil à vista, sai por R$ 1.117,43 mensais, no contrato de leasing, em 60 vezes. O Vectra GTX Hatch, da GM, também é bem procurado pelas classes mais altas. Completíssimo e só faltando falar – como costuma ser apresentado – o carro sai à vista por R$ 72 mil.

Fonte: Jornal do Brasil  (30/12/07)

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